segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Tempo, tempo, tempo ...

O tempo passou! Pouco a pouco a memória foi acusando lapsos. Ao redor, a partida de parentes e amigos, acompanhada quase que ao mesmo tempo da chegada de novas pessoas ampliando a família, minha e de amigos. Foi se desenhando algo tipo um lamento. Lamento de não ter aproveitado a presença dos que se foram, não só para declarar mais efusivamente meu amor, minha amizade, como conhecer melhor suas percepções do mundo vivido, os detalhes dos viveres dos parentes, quem eram, como se chamavam, qual sua relação conosco. 


Casarão da São Jerônimo onde funcionou em seu jardim a Lanchonete Vindi-K, com Pedro Gomes à frente e mais tarde a Cervejaria Adega do Rei comandada por Antonio Jorge Abelem e Cláudio Guimarães
De repente, me dei conta não saber os nomes dos bisavôs e bisavós, de onde vieram, qual a extensão da família, como viveram e que contribuição deram para nossa cidade. Por que não conversei mais com meus pais, com meus avós, com minha sogra e cunhadas? Agora tem informações impossíveis de recuperar. Mas este é o desafio que me coloquei. Estabelecer vínculos, relações entre a história da minha família extensa e a história da cidade de Belém do Pará, no final do século XIX e meados do século XX.

Na adolescência e juventude, mesmo no início da idade adulta, não temos esse tipo de preocupação que só aparece com a maturidade que ganhamos com o avanço da idade. Quando percebemos que pouco tempo nos resta, quando temos essa chance de percepção, e que precisamos fazer os registros que hoje cobramos de nossos pais e avós não o terem feitos. Quando verificamos que o ambiente que emoldurou e teceu a história de nossos pais e avós e de nossa infância é muito diverso do que emoldura e tece a vivência de nossos filhos e netos e de nossa velhice.
Vou tentar aos poucos compartilhar aqui a costura  desses vínculos e registros, tomando como base espacial o Bairro do Reduto, no qual morei quarenta e um anos e de passagem o  Bairro de Nazaré, onde vivi vinte e três. As fotos são dos casarões que marcaram minha vida.
Aproveito o mês do aniversário de Belém para fazê-lo, como forma de declaração de amor por esta cidade! 


Casarão da 28 de setembro, da família Abelem


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