quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Os Casarões da Minha Vida - Meu avô materno e o Casarão da Av. São Jerônimo


Os Casarões da Minha Vida
1.     Meu avô materno e o Casarão da Av. São Jerônimo

Em meados de 1954 mudamos do número 334 para o 267, na Avenida São Jerônimo, casa anteriormente de propriedade do meu avô materno, que havia se separado de minha avô, com quem aparece na primeira foto com os filhos, no dia do noivado de meus pais,  tendo depois constituído nova família. Filho de migrantes portuguêses,  Antônio Alves Ramos e Anna Alves Ramos, que iniciaram suas atividades no ramo de panificação, meu avô foi o primeiro presidente da companhia de aviação Paraense Transportes Aéreos S/A – PTA.
Na década de 50 o Jornal “O Aeronauta” do Rio de Janeiro, de 15 de janeiro de 1958 publica sua foto com os seguintes dizeres: “O cliché ilustra o sr. Antônio Affonso Ramos Junior, que como já é de conhecimento público, vem impulsionando com grande brilhantismo a empresa PARAENSE TRANSPORTES AÉREOS S/A, que em tão pouco tempo, já conta com a simpatia das autoridades civis e militares, pela soma de bons serviços prestados ao povo brasileiro.” Em final da década de 50 e início de 60, resolveu ele ir morar com a nova família na cidade do Rio de Janeiro, passando seus negócios para o filho e dois dos seus genros. Tio Tony, Antônio Alves Ramos Neto, ficou com a PTA,
cujo negócio era inicialmente, transporte cargueiro, principalmente carne, ampliado depois para o transporte de passageiro, e os genros, meu pai Pedro Gomes e seu irmão, José Fernandes Gomes, ficaram com charqueada e um frigorífico, FRIGOPAR, situado na esquina da Rua 28 de setembro com a Trav. Benjamin Constant. Folcloricamente, a sigla PTA era ironizada com o significado, para alguns, de “Prepara tua Alma” devido a vários acidentes que ocorreram com a empresa, para outros, “Preto também Avua” já que a companhia tinha comandantes negros, inclusive na diretoria, diga-se de passagem, bonitos e elegantes.
Meu avô Ramos dizia que “Muito Ramos juntos só pode dar galho” e assim foi por vários anos, mesmo depois de ambos os negócios terem fechado, entre final da década de 60 e início da de 70. Nunca soube como foi a transação de meu avô com meu pai em relação ao casarão. Só sei dizer que fomos muito felizes naquela casa, eu particularmente de 1954 a 1968, tendo meu pai permanecido, mesmo depois da falência do Frigopar. Com a ajuda do genro, Antônio Jorge Abelem, meu marido, montou no jardim do casarão uma  lanchonete, que passou a chamar-se, por sugestão de sua mãe, vó Aurea, Vindi-K. Vizinha do Centro Cultural Brasil Estados Unidos, CCBEU, que funcionava no prédio ao lado, onde hoje é o IPHAN, pode garantir a sobrevivência da família, enquanto teve saúde para tal. Depois, no mesmo local já ampliado para o quintal, meu marido abre a Cervejaria Adega do Rei. Mas isto já é outra história.


10 comentários:

  1. Aurilea, li o seu texto com muito prazer. O meu pai foi sócio do teu Tio Antonio Ramos Neto em um frigorífico no Araguaia nos anos 70. Estava navegando na internet e encontrei o seu blog. Meu pai ainda é vivo...Antonio Gomes Miguel. Abraços

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  2. Obrigada! Que bom que gostou. Só agora li seu comentário.
    Seu pai deve ter muitas histórias pra contar. Um abraço.

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  3. Eu fui funcionário da PTA de 1960 a 1968 e estou recolhendo/coletando informações da vida da empresa para subsidiar dados para um amigo que quer escrever um livro sobre a PTA.
    Se possivel, informem quem mais dispõe dessas informações.
    Obrigado

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    1. Não sei lhe dizer!Como meu avó dizia que muitos Ramos juntos dava galho, assim aconteceu. Nossas famílias ficaram afastadas depois que meu avô se mudou para o Rio de Janeiro.

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    2. Temos algumas informações. Mande seus contatos para o meu email adrianamota78@gmail.com, para podermos falar.

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  4. Gostaria de saber aonde encontrar documento que comprova tempo de serviço de ex funcionária da empresa PARAENSE TRANSPORTE AÉREO. Minha mãe está correndo risco de perder seu benefício do INSS porque estão fazendo revisão e solicitando este documento, pois só a carteira de trabalho não estão aceitando.

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    1. Não sei lhe informar! Tio Tony faleceu há uns dois anos!

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  5. Olá querida. Em uma breve bsuca hoje de manhã dia 18/5/21 sobre seu querido Tio Antônio. Se for o mesmo Antônio de que estou falando, ele foi um grande amigo meu em Salinópolis Pará. Um carinho sem tamanho. Fui muito feliz em tê-lo por perto. Quando cheguei a Belém eu o vi na loja Yamada na presidente Vargas. Ele ficou me olhando e eu não acreditava que estava o vendo. Na época não pude ir cumprimentá-lo, pois estava acompanhada.
    Mas sempre me recordo dele. E hoje depois que sonhei com ele entrei aqui por uma foto que vi na internet.
    Não tem como não lembrar de Tony sem deixar aquela voz grave que de início não se entendia muito bem. Rsr.
    Obrigada querida, por deixar aqui um lindo relato de sua família. 💜

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  6. Procuro informações para árvore genealógica. Acho que meu pai está na primeira foto. pramos33@hotmail.com. whatsapp 62 9 9253 7558

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