quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Saudação de boas vindas de Saint-Clair Cordeiro da Trindade Junior a Auriléa Gomes Abelem por ocasião de sua posse no IHGPA









“No casarão do Reducto de São José,
há espaço para a razão e também para a emoção...”

No Reducto de São José  está plantada uma casa
Há uma casa plantada
No Reducto de São José
Mais do que casa, é casarão
Que é planta, sim, de engenharia,
Mas, sobretudo, é planta de vida,
Que tem raízes
Que tem tronco
Que se espalha em galhos
Que gera frutos
E que também é reducto, é proteção.
Proteção de almas, que são gêmeas
De aconchego, para o coração
E de auras que se cruzam
É reducto de defesa da razão
Nele há espaços para a emoção, para a canção
Nele há espaços para a paixão
E reserva, também, neste momento,
Cantos e encantos para a reflexão.
Não é, por isso, um simples espaço
Tem memórias, narrativas
Tem trajetórias...
Em sendo espaço, é também lugar.
Que nos dá vazão
E nos faz imergir em pertencimentos,
Em histórias e em geografias que espelham identidades
É lugar de várias, em apenas uma,
Pessoa, mulher, mãe, esposa e intelectual
Que se enraíza em tradição
E que se antena ao mundo
De macro e de microcosmos de vidas,
De vidas de uma Belém cidade,
Contida em seu próprio (sobre) nome,
E que, pelo “A” que não lhe nega,
Se chama Abelém.

Com estas palavras, que nos remetem a uma casa da Rua 28 de Setembro, situada entre a Rui Barbosa e a Quintino Bocaiúva, no bairro do Reduto de São José, é que inicio minha saudação à minha ex-professora, orientadora, amiga e, agora, nova sócia do IHGP, Auriléa Gomes Abelém.

Não estamos no dia 28, mas bem que poderíamos estar também neste dia, já que o mês é de setembro. Se assim fosse, entrecruzaríamos o espaço e o tempo neste ponto de meridiano e paralelo em que nos situamos agora e que é, indubitavelmente, transversal aos tempos. De qualquer forma, independentemente do dia, este casarão simboliza o encontro da história com a geografia, através de uma só pessoa, que, para nós, é representativa do que é a nossa cidade, e também do que somos, como amazônidas.

Nascida nesta cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, Auriléa Gomes Abelém é uma dos sete filhos do casal Pedro José de Mendonça Gomes e Cecília Ferreira Gomes. Veio morar no bairro do Reduto no ano de 1969, dez meses depois de se casar com Antônio Jorge Abelém, em 1968, e que já era morador do mesmo bairro, onde também nasceu e se criou.

A ligação de nova nossa sócia com esse bairro extrapola, entretanto, os 41 anos em que aí morou. Seu bisavô, Raphael Fernandes Gomes, foi um dos sócios fundadores da Ferreira Gomes & Cia., que sucedeu a firma Centro Comercial Redutoense, uma das grandes expressões do comércio do bairro no passado.

Mas essa relação com o bairro não se esgota aí. Às proximidades da casa onde morou grande parte de sua vida estavam localizados três estabelecimentos que também foram marcas da geografia do bairro e de sua própria história: a Ferreira Gomes Ferragista S/A, de seu avô paterno; o Frigorífico Paraense Ltda. (FRIGOPAR), de seu pai; e as Lojas Jorbem, antes Bazar São João, de seu esposo.

Foi o Reduto que também me fez cruzar a geografia e a história de Auriléa Abelém e a de seu esposo. Ambos, à sua maneira, levaram-me a conhecer e a imergir nos espaços e nos tempos desse bairro. Ele, de maneira mais empírica, conduzindo-me pelas ruas e becos desse pedaço tão representativo de nossa cidade e me mostrando o bairro do passado e do presente. Ela, me fazendo refletir teorica e cientificamente sobre a realidade do Reduto para defendê-lo, como parte de minha dissertação de mestrado. Foi assim que, tomando-me pelas mãos, fez-me seguir, como ela já teria feito antes, os passos da vida acadêmica.

No seu caso, essa trajetória iniciou ainda na década de 1960, ao, ingressar, em 1963, por meio de vestibular, no curso de Ciências Sociais na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Pará. Como nos narra em suas memórias, “era uma época de grande efervescência política e cultural na universidade brasileira, com intensa participação dos estudantes que contavam, em Belém, com uma sede onde era possível congregar os vários diretórios acadêmicos. Situada na Avenida São Jerônimo, hoje Governador José Malcher, a União Acadêmica Paraense (UAP), filiada a UNE (União Nacional dos Estudantes), foi em 1 de abril de 1964, um dos primeiros alvos dos militares aqui no Pará, sendo invadida, suas lideranças presas e a entidade extinta”[1].

Entrou para essa faculdade pensando em se tornar pesquisadora em Ciências Sociais, mas, como relata ela própria, “em decorrência do golpe militar de 1964, as expectativas do que seria um curso para formar pesquisadores em Ciências Sociais foram abaladas em seus alicerces: o curso passou a formar apenas licenciados, não mais bacharéis”[2]; fato este que a fez pensar em desistir, se não fosse a possibilidade que o curso lhe deu, mesmo sob uma orientação mais convencional de pensamento social, olhar sua realidade sobre diversos ângulos disciplinares das Ciências Sociais, ajudada que foi por importantes professores que muito influenciaram sua forma de interpretar a realidade, dentre eles: Orlando Costa, Amílcar Tupiassu, Armando Bordalo, Napoleão Figueiredo, Benedito Nunes, Graça Landeira e o grandioso Roberto Santos, que dá nome à cadeira agora ocupada por nossa nova sócia no IHGP.

Formou-se em 1966, mesmo ano em que foi fundada a SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), que muita transformação promoveu na história, na geografia e na vida social e econômica da nossa região, de nosso estado e de nossa cidade; esta que também passou a se metropolizar a partir daquele momento.

As transformações em curso na região se tornaram, igualmente, os principais objetos de preocupação de Auriléa Gomes Abelém que, desde a graduação, já despertava interesse pelas questões da região amazônica e de Belém. Foi o que aconteceu, por exemplo, quando a
Faculdade de Filosofia comemorou, em outubro de 1964, seu primeiro decênio, realizando uma programação de painéis promovidos pelos seus diversos cursos de graduação. Foi nessa oportunidade que, em colaboração com o Professor Roberto Santos, o também paraninfo de sua turma de 1966, participou do painel intitulado: “Alguns Problemas do Crescimento de Belém”. Essa atividade manifestava, já naquele momento, o seu fascínio pelos estudos urbanos, desenvolvidos de forma mais aprofundada, posteriormente, na pós-graduação.

Foi, sem dúvida, a formação inicial em Ciências Sociais que lhe forneceu elementos e instrumentais para lidar com questões relacionadas ao planejamento e à intervenção na realidade social, política e econômica estadual e regional; interesse esse que foi somado aos conhecimentos teóricos mobilizados na sua prática de docência, e que estreitaram os seus vínculos com a pesquisa e extensão, desde o ano de 1974.

Foi nesse ano, ainda em plena ditatura militar brasileira, que retornou ao ambiente acadêmico como docente, após atuar por oito anos na condição de técnica e pesquisadora do IDESP (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Pará), então órgão de pesquisa e planejamento estadual, no qual começou a trabalhar depois do convite de seu antigo professor Amílcar Tupiassu. Para esse mesmo órgão retornou depois, em 1998, após sua aposentadoria na UFPA, ocorrida no ano de 1996.

A ditadura militar foi responsável por impor a formação de técnicos gestores e planejadores para pensar a região e seus estados e, como conseqüência, a revitalização das Ciências Sociais e Econômicas, estimulou o desenvolvimento da pós-graduação nessas áreas; fato esse que deu origem, em 1973, ao Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, onde, no início da década de 1980, concluiu seu mestrado, sendo esta oportunidade uma forma de pensar a região amazônica e seus problemas urbanos, como uma resposta crítica aos anseios até então colocados pela ideologia do planejamento da ditadura militar.

Conforme relata a própria Auriléa Abelém em suas memórias, se, por um lado, o núcleo de integração, então surgido, o NAEA, buscava contribuir para a “formação de ideólogos do planejamento estatal, dando origem, mais tarde, ao mestrado em Planejamento do Desenvolvimento [foi] o mesmo núcleo que passou a estimular a consciência crítica e a instrumentalizar seus alunos para a busca do planejamento alternativo, democrático e participativo”[3]. Seguindo essa orientação foi que Auriléa encaminhou as suas contribuições no interior e fora do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos.

Seu mestrado demonstrou a sensibilidade para uma geografia, uma história e uma sociologia urbana de Belém nada convencionais. Preocupada com a problemática dos terrenos ocupados, com a reintegração de posse de espaços em bairros como a Sacramenta, com a luta pela moradia urbana nas décadas de 1970 e 1980, em uma cidade que se metropolizava, sua pesquisa de mestrado tratou do remanejamento da população do Igarapé São Joaquim para o Conjunto Providência, sendo uma das primeiras dissertações elaboradas no interior do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos.

Defendida em 1982, sob a orientação do professor Heraldo Maués, que também integra este importante silogeu, essa mesma dissertação, foi, mais tarde, no final da década de 1980, publicada em forma de livro com o mesmo título que nomeou a dissertação, “Urbanização e remoção: por que e para quem?” [4], tornando-se, a partir daí,  um livro de referência e uma leitura obrigatória para todos aqueles que discutem e estudam o processo de urbanização de Belém e da Amazônia.

Como parte de sua formação, também realizou duas especializações, uma em Teoria Sociológica, pela Universidade Federal do Pará, concluída em 1982, e outra em Ciencias Sociales Politicas, pela Faculdade Latino Americana de Ciencias Sociais, em 2002.

Sua experiência na área de Sociologia e Ciência Política, com ênfase em políticas públicas, lutas urbanas, planejamento urbano, Estado e políticas públicas, avaliação institucional e avaliação de políticas públicas deram possibilidades de atuar e se destacar como docente, pesquisadora e orientadora de trabalhos acadêmicos, inclusive em nível de mestrado, tratando e problematizando temas como os relacionados ao planejamento, às remoções e às contradições e dinâmicas urbanas.

Dentre as orientações efetivadas, destaco a minha própria, em nível de mestrado; orientação essa dividida com o professor Roberto Lobato Corrêa, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Como Auriléa, realizei mestrado no NAEA, momento em que pude estabelecer importante interlocução com ela, que me proporcionou ricos aprendizados, gerando, como fruto, em 1993, a dissertação “Produção do espaço e diversidade do uso do solo em área de baixada saneada -  Belém-Pará”. Graças à sua contribuição, essa mesma dissertação foi contemplada com o segundo lugar do “I Prêmio NAEA - Dissertação de Mestrado”, resultando em publicação, em forma de livro, no ano de 1997[5].

Na UFPA, além da docência, da pesquisa, das orientações e da extensão, participou de comissões internas, esteve a frente de comissões editoriais de revistas científicas, coordenou cursos em diversos níveis, inclusive o de Planejamento do Desenvolvimento, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos.

Destacam-se, ainda, como parte de sua vida profissional, atuações como consultora, pesquisadora, colaboradora e/ou coordenadora de programas e projetos na SECTAM (Secretaria de Estado de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente), no IUPEA (Instituto Universitário de Pesquisa e Ensino na Amazônia), no PROCERAS (Programa de Capacitação da Rede de Assistentes Sociais do Governo do Estado do Pará), na FLACSO (Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales - Programa Santiago, Chile), na UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), na SEMEC (Secretaria Municipal de Educação e Cultura, SEMEC) e no ISEB (Instituto Superior de Educação de Belém).


Destacam-se as seguintes publicações em periódicos:

1. ABELEM, Auriléa Gomes1984 ABELEM, Auriléa Gomes. Ideologia e Planejamento Urbano: reflexões sobre uma experiência em Belém. Espaço & Debates, São Paulo, v. 12, n.4, p. 5-25, 1984.

2. ABELEM, Auriléa Gomes; OTERLOO, Matheus . Belém: Identidades Regionais e Novas Estratégias. Revista Proposta, Rio de Janeiro, v. 67, 1995.

3. ABELEM, Auriléa Gomes. Gestão Democrática e Geração de Indicadores Sociais. Gestão Democrática e Geração de Indicadores Sociais, Belém, v. 1, n.1, p. 52-55, 1996.

4. ABELEM, Auriléa Gomes1996 ABELEM, Auriléa Gomes. Carências Habitacionais na Amazônia. Cadernos de Estudos Sociais (FUNDAJ), v. 12, n.2, 1996.

Como capítulos de livro de sua autoria, temos:

1. ABELEM, Auriléa Gomes; EVANGELISTA, Maria Luiza Marques ; YANNOULAS, Sílvia C . Consultas aos Atores e Atrizes Estratégicos (1998 - 2003). In: YANNOULAS, Sílvia. C. (Org.). A convidada de Pedra - Mulheres e Políticas Públicas de Trabalho e Renda: entre a descentralização e a integração supranacional. Um olhar a partir do Brasil 1988 - 2002. Brasília: FLACSO, 2003. v. 1. p. 1-348.

2. ABELEM, Auriléa Gomes; HÉBETTE, Jean. Assentamentos da Reforma Agrária na Fronteira Amazônica. In: HÉBETTE, Jean. (Org.). Cruzando a Fronteira: 30 anos de estudo do campesinato na Amazônia. Belém: EDUFPA, 2004. v. 2. p. 1-303.

3. ABELEM, Auriléa Gomes; HÉBETTE, Jean ; PARAENSE, Mariceli; EMMI, Marília . Cruzando uma zona de fronteira em conflitos: o leste do Médio Tocantins. In: HÉBETTE, Jean. (Org.). Cruzando a Fronteira: 30 anos de estudo do Campesinato na Amazônia. Belém: EDUFPA, 2004. v. II. p. 1-303.

4. ABELEM, Auriléa Gomes; COSTA, Maria José Jackson . A Descentralização de Políticas Públicas: o caso Planfor/PEQ no Pará. In: COSTA, Maria José Jackson. (Org.). Trabalho, educação profissional e empregabilidade. Belém: EDUFPA, 2006. p. 1-261.

Essa produção é também enriquecida com suas orientações acadêmicas, dentre elas as 4 dissertações de mestrado que acompanhou como orientadora ou coorientadora, além de vários trabalhos de graduação em áreas como a Sociologia, a Geografia, a Ciência Política e o Planejamento Urbano e Regional.

Sem dúvida, foi toda essa bagagem acadêmica e cultural a responsável pela sua inquestionável aceitação como nova sócia efetiva do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. E é neste sentido, minha querida orientadora e amiga, ilustríssima Professora Auriléa Abelém, que quero, em nome dos sócios deste Instituto, dar-lhe as boas-vindas a este importante silogeu a fim de que possa, a partir de agora, ocupar a cadeira de número 44, como sua fundadora, cujo patrono é o ilustríssimo Roberto Araújo de Oliveira Santos.

Sua presença no nosso meio é um motivo de grande alegria, de honra e de orgulho, pois sabemos que sua trajetória de vida, assim como a sua rica trajetória acadêmica, nos diversos campos onde atuou e tem atuado, referendam a sua preocupação em articular os conhecimentos entre a história, a geografia e as ciências afins, tendo, portanto, muito a contribuir para elevar ainda mais o nome do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e para engrandecer essas importantes ciências que muito bem dialogam com a sua formação acadêmica e profissional.

Que seu rico conhecimento, assim como o seu pensamento crítico e reflexivo, venha a somar àquilo que se faz e se divulga a partir do IHGP. Que sua paixão e seu amor pelo Reducto de São José, por Belém, pelo Pará e por nossa região sejam bem acolhidos no Solar do Barão, que também é um casarão, como este em que estamos, que muito bem acolheu a sua história e a sua geografia de vida.

E, ainda, que o seu carinho, a sua atenção e o seu cuidado em preservar e manter este casarão inspire-nos, também, juntos, no casarão do Barão, a preservar, a manter, a cuidar e a divulgar a História, a Geografia e a Antropologia de nosso estado e de nossa região; preocupações estas que são a razão maior da existência de um Instituto que é centenário e que já se tornou um patrimônio de nossa cultura, de nossa história e da paisagem urbana de nossa cidade.

Sinta-se em casa, pois este Instituto e todos os que nele se reúnem, e que é tão bem presidido pela Profa. Dra. Anaiza Vergolino, já lhe têm, a partir de agora, como parte de sua história e, por que não dizer, de sua geografia, que é feita cotidianamente por cada um dos que integram o IHGP.

É formado por sócios que, mais que intelectuais, pesquisadores, professores, estudiosos da Geografia, da História, da Antropologia e de ciências afins, compõem um corpo de cidadãos empenhados em causas e questões que não são apenas nossas, mas de toda uma coletividade, e que também agora lhe recebem de braços abertos para reforçar o nosso quadro de intelectuais, para consolidar atividades já em curso, bem como, para constituir outras frentes de trabalho por meio de novas inciativas que, esperamos, possam surgir a partir  de sua presença entre nós, reforçando o nosso ambiente propício à criação, ao debate e à reflexão científica e cultural.

Seja muito bem-vinda professora Auriléa Gomes Abelém. O Instituto Histórico e Geográfico do Pará, agora é, também, sua casa!

Obrigado!

Belém-Pará, 23 de setembro de 2016.


Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior
Geógrafo e Bacharel em Direito, UFPA.
Sócio Efetivo do IHGP, Cadeira no 21.
Doutor em Geografia Humana, FFLCH/USP.
Professor Titular em Geografia, NAEA/UFPA.
Pesquisador Nível 1D, CNPq.


[1] ABELÉM, A. G. Memória a Belém. Disponível em: <http://memoriaabelem.blogspot.com.br>. Belém, mai. 2016. Acesso em: 21 set. 2016. n.p.
[2] Idem, ibidem.
[3] Idem, ibidem.
[4] ABELÉM, A. G. Urbanização e remoção: por que e para quem? Belém: UFPA/NAEA, 1988.
[5] TRINDADE JR., S-C. C. Produção do espaço e uso do solo urbano em Belém. Belém: NAEA, 1997.

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